
Um espaço de espaços onde falo de mim, dos outros, do meu mundo e de nada... Enfim: um espaço onde se fazem espaços para um renovado espaço; onde o tempo passa sem parar e onde consigo parar o tempo! Um espaço onde agora tento relacionar a música comigo e com o mundo - cliquem nos títulos dos posts e oiçam a música relacionada!
terça-feira, 6 de maio de 2008
Fumo branco... ou fumo negro?

domingo, 4 de maio de 2008
Há mais Mundo para além da Medicina?

Escrever sobre qualquer coisa não é tarefa fácil…
No amadorismo que envolve esta minha experiência julgo fazer aquilo que sei da melhor maneira possível, pese embora o facto de muitas vezes a minha melhor maneira ser classificada pela negativa!
Por esse motivo, muitas vezes, adopto a defesa de me ausentar do meu próprio blog durante algum tempo, como se o deixasse desfalecer para depois aparecer com uma nova pujança!
Em todo o caso, essa sensação de não-aptidão temporária para a escrita tem um motivo bem palpável, e é sobre ele que me proponho falar!
Costumo dizer que ser estudante de Medicina não é nem mais fácil nem mais difícil do que ser estudante de outro curso qualquer! Todos os cursos superiores, cada um nas suas vertentes, têm componentes mais acessíveis e outras menos acessíveis; sendo que essa acessibilidade se relaciona em larga escala com o indivíduo em si e a sua capacidade de trabalho e reacção. Contudo, ser estudante de Medicina é estudar matérias com densidades pesadas – e aqui consigo afirmar que Medicina é um dos cursos mais trabalhosos que conheço.
Longe de mim querer lamuriar-me pelo curso que escolhi – ainda para mais agora, que estou a pouco mais de 2 meses de o concluir. Longe de mim querer que tenham pena de mim porque optei por Medicina em detrimento de Economia ou de Engenharia Química (é verdade, nunca fui muito certo nas horas e as minhas opções eram muito vastas e díspares).
Este conjunto de frases não pretende ser mais do que um desabafo global da minha situação actual e do real desleixo da nossa sociedade, em particular do Estado português, para com os estudantes de Medicina.
Na Educação Médica, como de resto numa série de outros sectores do Ensino Superior em Portugal, há uma falha muito grande de comunicação/informação das entidades decisoras para com os alunos. No fundo, como já tive oportunidade de afirmar neste blog, os estudantes são a razão de ser de qualquer instituição de Ensino e é para eles que se deve centrar a acção e o pensamento dos outros envolventes no processo educativo, ou se preferirem, no processo de ensino-aprendizagem. Foi sempre este o meu lema enquanto agente representativo dos meus pares.
Presentemente, neste ano de 2008, passamos por um processo caricato – Portugal tem hoje 7 faculdades/escolas médicas com alunos que terminam a sua formação médica pré-graduada, que teve início em 2002, mas disparidades e contra-sensos não faltam para serem apreciados:
1. Das 7 faculdades/escolas médicas alguns alunos sairão licenciados, outros mestrados, outros com opção por um ou outro grau académico dependendo da realização de um trabalho/dissertação – bem, no fundo o que quero transmitir é a disparidade de critérios, mais a mais quando à partida todos seremos médicos com o mesmo número de anos de formação, todos concorremos a este jogo conhecendo as regras, e a meio do jogo as regras foram alteradas para uns e mantidas para outros – Bolonha podia ter vindo de forma uniforme, ou não podia? Por outro lado questiono-me das implicações práticas de se ser, em 2008, licenciado em Medicina ou portador do grau de mestre em Medicina…
2. Por outro lado, velha é a discussão da realização de um Exame Final de 6.º ano (ou da realização de provas práticas/teóricas ao longo do 6.º ano) que, no entender da maioria, pretende ser um ano de participação num Estágio Clínico eminentemente prático, de aplicação de conhecimentos e consolidação de matérias – umas faculdades/escolas médicas têm direito à não realização de tais provas, outras têm direito à sua realização. Não se trata de apelar ao facilitismo, nem tão pouco à quase “passagem administrativa”, mas antes apelar à uniformização de critérios tendo por base os mais altos padrões internacionais de Educação Médica e aquela que é a experiência nacional na formação de jovens médicos. Questiono a utilidade de tal exame…
3. A Prova Nacional de Seriação (vulgo, Exame de Acesso à Especialidade) irá acontecer este ano nos velhos moldes a que nos habituámos: questões de escolha múltipla baseadas no célebre tratado Harrison’s – Principles of Internal Medicine. O ano passado, a prova realizou-se a 29 de Novembro com publicação da data da prova em Diário da República a 15 de Outubro – este ano não queremos o mesmo. Bem sabemos que a lei não obriga à publicação da data com antecedência de meses, mas dizem as regras de bom-senso que o estudo para um exame com as características do descrito exige tempo, dedicação, ponderação e paz de espírito; sendo que a afirmação de que o exame se realizará no último trimestre do ano não é 100% tranquilizadora (de 1 de Outubro a 31 de Dezembro é muito tempo). Mais: com a saída da nova edição do tratado este ano, corre a indefinição de qual será a edição adoptada para exame – as diferenças entre elas são substanciais, e a própria editora McGraw-Hill afirma que esta nova edição é a edição com mais alterações de sempre. A maioria dos alunos já iniciou o seu estudo há alguns meses pela anterior edição – em que patamar ficamos? Para quando uma explicação global de critérios e modos de acção?
Outra pergunta pertinente e bem mais lata, seria questionar a real utilidade deste exame… Não haverá outra forma de seriar os candidatos às especialidades, imprimindo a mesma forma uma ordem de escolha? Não será este exame uma negação por parte do Estado e da Ordem dos Médicos à qualidade da formação nas nossas faculdades/escolas médicas?
Muito mais haveria para dissertar sobre Educação Médica. As questões são inúmeras, as incertezas uma constante.
Pese embora tudo isto, há da parte de quem estuda, a real vontade de estudar e de ser bom médico.
Pretendo apenas ter apelado ao bom-senso, e com todos estes anseios justificar a minha ausência do meu próprio blog.
No fundo: há sempre mais Mundo para além da Medicina!!!
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Daniel
Temos quatro anos de diferença mas muita coisa em comum: a começar pela família, pelo apelido e pela casa! Somos irmãos e conheço-te desde sempre!
Não posso negar que tenho um orgulho escondido em teres entrado no mesmo curso que eu, e não posso deixar de acreditar que tive uma ponta de influência nisso. No final deste ano sou médico, daqui a uns anos tu também serás.
Não posso negar que te invejei quando soube que ias estudar para o estrangeiro, libertares-te das amarras da família muito mais cedo que eu, mas bem sei que a tristeza de estar longe de quem se gosta, em nós que somos pessoas agarradas ao que temos, custa muito e sabe a amargo! No fundo toda a magia que se possa fazer em torno disso tem uma ponta de ilusão, mas sempre vais recarregando baterias quando voltas a casa e encontras a família e os amigos.
Todos por aqui, todos os dias, nos lembramos de ti! Não há ninguém que não te elogie, que não fale de ti com orgulho e que não tenha saudades tuas! Mas mais que isso, todos nós acreditamos em ti e confiamos na tua capacidade de gerires a tua vida longe de nós e com o nosso apoio!
Sempre vão dizendo que somos parecidos, mas eu acho não! Somos irmãos mas somos muito diferentes. Acredito que não seria capaz de passar pela experiência que tu neste momento tens com a força com que a estás a viver. Cada vez que agora olho para ti, sempre que vens até casa, olho para ti com aquela sensação de orgulho especial.
Puto, que tenhas toda a sorte do mundo! Irei concerteza visitar-te algumas vezes – até porque acho que esta distância de tantos quilómetros nos aproximou de outra forma!
Ah… e nunca te esqueças que quando voltares de vez há uma Clíncia Correia Azevedo para abrir! ;)
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Acontece que queria ter tempo…

Acontece que queria ter tempo para pensar, e não penso em metade do que quero pensar porque penso demais na outra metade.
Acontece que queria ter tempo de correr para os teus braços, e penso que isso não se faz nem de tempo nem de pensamento, mas é intemporal e às vezes psicótico.
Acontece que queria ter tempo para estar com todos vocês, e penso tantas vezes como gerir todo esse tempo para o conseguir, e não consigo.
Não sei se o defeito é meu ou do tempo. Acho que ainda não assimilei de todo algumas mudanças pelas quais as fases da vida nos obrigam a passar.
Longe o poeta dizia,
“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Muda-se o Ser, muda-se a confiança
Todo o Mundo é composto de mudança
Tomando sempre novas qualidades”
E que qualidades adquiri eu? Que vontades novas tenho?
Só quero ter tempo: o tempo que sempre tive e que sempre consegui gerir! Eu era o às do tempo! Driblava com o tempo nas minhas mãos… e fazia o que queria… cheirava o tempo… tocava o tempo… os ponteiros do relógio era eu que os fazia…
Ou então não!... Se calhar eu é que não ocupava tanto tempo com aquilo que do tempo corria.
Sei lá! Só queria mesmo era ter tempo de olhar nos teus olhos, de rir com todos vocês, de sorrir a que merece, e de escrever… Escrever muito… Sobre aquilo que ao tempo o tempo me deixasse escrever!
A minha vida não é assim tão má, o problema é que não tenho tempo! Quer dizer: tenho tempo para fazer alguma coisa, não faço é tudo o que quero. Será que quero fazer coisas a mais?
Mas eu não sei estar parado e deixar-me ver os outros mexer… Não, não é isso: não quero ser mais ou melhor que os outros – só quero perpetuar a minha dinâmica… Mas depois acabo por me dispersar.
E depois aquela maldita coisa electrónica onde metodicamente tento encaixar, em horas certas e cheias de tudo, aquilo que tenho para fazer! E não faço tudo. Quer dizer: faço algumas coisas – outras deixo a meio, outras invento que faço e outras não faço de todo. Mas não é por mal! Eu até gosto do que faço, e até do que acabo por não fazer!
De tempo se faz ao tempo aquilo que do tempo depende. No fundo, tudo depende do tempo e todos dependemos dele.
É tempo de terminar!
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
Política Simples



quinta-feira, 16 de agosto de 2007
Crescer...

Liderança

- na adolescência (e em)
- situações-limite
No fundo, acontece que na adolescência construímos a personalidade que podemos, sempre de lápis e borracha em punho, prontos a ser alvo de mais uma influência que nos faz repensar a cristalização das nossas atitudes. Nas situações-limite aprendemos de novo a viver, renovados pela falta que nos faz aquilo que deixámos de ter ou de poder fazer. Sempre que sofremos um desaire, qualquer que seja o nível a que ele ocorra, repensamos e revivemos todas as nossas acções, normalmente preenchidos pelo desejo de as alterar, na ilusão de que assim poderíamos alterar o passado.
Com as instituições, e porque elas são feitas por pessoas, e é das pessoas que elas vivem, as águas não correm de maneira diferente – embora o fundamento seja distinto.
Ser social-democrata pode e deve ser um lema de vida a que os militantes se devem agarrar.
Ser social-democrata é ter a capacidade de aceitar e defender princípios que são nossos e que se traduzem em propostas e em modos de acção.
Mas tudo isto só faz sentido em torno de uma liderança que se quer forte, presente e até certo ponto, idolatrável.
A figura de alguém com quem nos identifiquemos, que tenha a pujança de ser identificado como a cara do partido, e que tenha a capacidade de transmitir os princípios fundamentais da social-democracia sob a forma de acções que se querem credíveis e sustentadas. Só assim prevenimos as crises de identidade e de desaire interno que podem levar o PSD a situações-limite.
No partido, como na JSD, como nos TSD e em outras estruturas sociais-democratas queremos alguém à volta de quem nos sintamos bem quando sobre ele estamos reunidos.
A escolha que faremos no próximo dia 28 de Setembro é uma escolha para o futuro.. 2009 é a única meta possível e o futuro presidente do PSD só pode ser o futuro candidato a Primeiro-Ministro.
Hoje, Portugal vive uma situação governamental insustentável, plena de atitudes que não dignificam o país nem os portugueses.
Os três pilares fundamentais do Estado passaram (ou estão a passar) por reformas que enfraquecem a qualidade dos serviços e descredibilizam o Estado aos olhos do contribuinte – falo da Educação, da Justiça e da Saúde.
Somado a isso, o Governo assumiu nos últimos tempos uma atitude PIDEsca e um desrespeito completo por áreas urbanas e rurais, em particular ao sul do Tejo.
Presentemente, enquanto escrevo, temos o Primeiro-Ministro preocupado com a Presidência da União Europeia, esquecendo por completo a real dimensão dos problemas do nosso país – Portugal também é Europa, mas pode e deve ser muito mais que isso.
O PSD deve pensar Portugal, mas só o conseguirá depois de se organizar internamente! O combate político urge, e os portugueses precisam de ser informados da verdade!
Sejamos uma oposição forte e responsável agora para sermos Governo em 2009! Mereçamos e façamos por mostrar que merecemos o Governo de Portugal!
A história e os números estão aí para não nos deixar mentir – Portugal teve os maiores índices de progresso com os governos de que o PSD fez parte – como foi no passado, assim há-de ser a partir de 2009.
Com confiança e com determinação o PSD é a alternativa certa!
No próximo dia 28 de Setembro de 2007 vote em consciência e escolha o próximo presidente do Partido Social Democrata.
quinta-feira, 24 de maio de 2007
Não posso!

Acordei, saí da cama, arranjei-me…
Tomei o pequeno-almoço de sempre: um copo de leite e uma sandes de queijo. Vesti o casaco, despedi-me dos meus pais e saí de casa. Bati a porta, chamei o elevador e desci com ele. Saí do prédio, entrei no meu carro e dirigi até à faculdade! O trânsito da ponte, o stress à procura de um lugar…
Estacionei o carro bem longe e cheguei atrasado às aulas!
Mais uma história clínica, mais uma discussão diagnóstica… Mais um esquema, sempre igual, daquilo que chamam ensino!
Almocei com os de sempre, a companhia de sempre… Voltei à faculdade, esperei por ti, e no fim… No fim fui eu que não pude ir ter contigo!
Mais um pedido, mais uma chamada, uma mensagem… E mais qualquer coisa que apareceu para me ocupar…
Logo à noite? Também eu queria, mas também não posso…
Sei lá se me sinto frustrado! Queria estar contigo e pronto! Bem sei que amanhã nos vamos ver, mas eu queria hoje! Agora! Porquê? Não sei… Fazes-me bem!
sábado, 10 de março de 2007
Beijo
segunda-feira, 15 de janeiro de 2007
(A)partidário

A opinião expressa anteriormente não é estranha à sociedade civil… Pessoalmente, considero desvirtuada esta análise e adopto uma posição diferente: os jovens não são sensibilizados para a política! Creio numa visão optimista das classes mais jovens, pelo potencial que transportam. Se não existe uma efectiva ligação das faixas etárias mais jovens à política é porque o sistema não a promove e os distancia pela linguagem, pela imagem e pela postura.
Está nas mãos das juventudes partidárias parte da Educação para a Cidadania, e como tal, a aproximação dos jovens aos problemas da sociedade e aos centros de decisão.
Fazer política poderá ser simples e não se cinge apenas às discussões de défices, nomeações ou ideias estratégicos. A simples expressão de opinião sobre o estado das coisas é a política inocente que se deve começar por pedir aos mais novos, valorizando os seus interesses e opiniões. As associações informais de cidadãos e as juventudes partidárias são as sedes próprias para esta desvirginação!
A par desta realidade, urgem também outras duas áreas de acção: a promoção do convívio saudável (recreativo, desportivo e cultural) e a formação pura em vários temas para os quais interessa educar pela importância de discussão com vista à decisão no país que temos.
A política pode assim abranger temas diferentes que convergem em conceitos comuns.
Não podemos pecar pela desinformação dos nossos jovens, mas antes primar pelo seu conhecimento da real dimensão dos temas e dos problemas, aumentando índices de positivismo e optimismo, que dão o à-vontade necessário para a expressão de opiniões em respeito mútuo pelas diferenças e ideais construídos.
Há dias em que à noite, não valeu a pena levantarmo-nos de manhã!
domingo, 14 de janeiro de 2007
Breve Ensaio sobre o Estado do Mundo
Muitas vezes ouve-se, por parte daqueles que se dizem com mais saber empírico, esta expressão: "No meu tempo é que era bom!..."
Mas será que nós podemos olhar para o Mundo de hoje com os olhos que encarávamos o Mundo no início do século... É estranho dizer isto, mas a verdade é que no espaço de 100 anos podemos dizer que tudo mudou radicalmente, muito depressa, muito rapidamente... Foi o homem a querer marcar pontos no espaço, a querer organizar informação, a querer voar sobre ele mesmo, a sentir necessidade de estar em todo o lado, a ultrapassar a barreira que a Natureza lhe tinha imposto e a corrompê-la,... (Eu sei lá!... Foi de tudo...)
Diz-se que todo o ser humano é dotado de consciência moral, consciência essa que o critica para o bem e para o mal, que o elogia e o reprova. Mas será que o Homem ouve sempre essa consciência moral?
Segundo estudos feitos por filósofos, se todo o ser humano é dotado de consciência moral é porque todo o ser humano tem noção do que é o bem e o mal, sabendo que o bem é benéfico e que o mal é maléfico. Então porque é que continuamos a praticar o mal?
A vontade que me assola neste momento é a de chegar perto daqueles que se dizem senhores do Mundo e fazer-lhes estas perguntas! Penso que se tentasse sintetizar todas as repostas numa só palavra, essa seria: "dinheiro"!
O dinheiro é mesmo aquilo que move massas e que altera por completo a sociedade dos nossos dias... É o consumo, o jogo, o vício, até o amor se compra!... E depois temos aqueles países onde tudo se libera e onde aos cidadãos só falta permitir o assassínio, porque de resto são as drogas que são liberalizadas (quer sejam leves ou duras), é a prostituição que é permitida (até temos casas com umas montras onde as meninas cativam os seus pressupostos clientes). Não vou citar nomes de nações, porque penso que é do conhecimento geral aquilo a que me refiro.
Por outro lado temos ainda os problemas ambientais: é o Homem a desfazer florestas, é o buraco do ozono a abrir cada vez mais, é a Antárctida a degelar, são espécies que desaparecem...
É o Homem a querer controlar tudo e todos, achando-se senhor de um Mundo que não fabricou, inventou; muito pelo contrário o Homem foi inventado e fabricado pelo Mundo.
Não me quero alongar mais, não quero manchar mais a imagem

Pensem em tudo o que escrevi, e digam se realmente o Mundo não parece uma faixa do oceano onde foi derramado petróleo?...
sábado, 13 de janeiro de 2007
Uma Questão de Representatividade

Com o acesso fácil à informação que hoje nos é dado pelos mais variados meios de ligação em rede física ou virtual, a sociedade civil tem vindo a tornar-se crítica e ponderada, reclamando com cada vez mais frequência uma série de renovações nos pilares basilares do nosso meio. A Educação é um desses pilares basilares e a sua excelência deve ser a visão comum de todas essas críticas construtivas.
Acredito fortemente no optimismo da sociedade e esforço-me por interpretar da melhor forma as manifestações que ouço, leio e discuto.
Pedra fundamental do Ensino são os estudantes, porque para eles existe esse sistema de transmissão de conhecimento, sendo eles o objectivo mais forte de toda essa rede de meios, pessoas e infraestruturas. Como tal, os estudantes devem e podem cada vez mais ser chamados a intrevir, numa prespectiva de recolha de informação e decisão daqueles que são terreno de acção de docentes e investigadores.
As associações de estudantes deixaram há muito de ser apenas um instrumento para a promoção do convívio cultural, desportivo e recreativo, sendo hoje verdadeiros centros de discussão e informação acerca dos meios de Ensino e do estado da Educação. Os seus organigramas reestruturaram-se, e nos tempos que correm, muitas são as associações de estudantes com estrutura similar a pequenas e médias empresas, tendo algumas recursos invejáveis que usam em prol dos seus associados. As disputas eleitorais não se centram apenas nas promessas da realização de convívios ou actividades lúdicas, mas também nas opiniões sobre a melhoria da qualidade de Ensino, a formação pós-graduada, o Processo de Bolonha, as saídas profissionais,...
Dar voz aos estudantes e intregá-los nos orgãos de gestão e administração dos estabelecimentos de Ensino é uma necessidade preemente que se pode revelar lucrativa, como de resto já acontece em alguns estabelecimentos de Ensino.
A era dos estudantes de pensamento radical está distante, e nos dias de hoje é reconhecido um amadurecimento óbvio nas estruturas de pensamento dos alunos.
Não obstante tudo isto, continuam a existir em Portugal estabelecimentos de Ensino autistas, com "gestores" e docentes centrados sobre si próprios, assumindo para si como verdade que os alunos são instrumentos estanques do seu trabalho, meras máquinas de assimilação de matéria, não aceitando a sua capacidade crítica e de construção de juízos de valor.
Continuamos a assistir no nosso país a reestruturações de cursos, espaços e meios, centrados nos ramos da investigação e da promoção dos docentes, renegando muitas vezes para segundo plano a real dimensão dos estabelecimentos de Ensino - o próprio Ensino!
Está nas mãos dos estudantes eleitos para as estruturas académicas, a capacidade de promover a mudança e a inovação!
Cabe aos colegas recolher informação junto dos seus pares e representar da forma mais profícua possível!
Porque no Ensino Superior deve coexistir a par da transmissão de conhecimentos técnicos uma disposta Educação para a Cidadania, há necessidade de consciencializar o meio e renovar positivamente as estruturas psicológicas e organizacionais da Educação em Portugal!
[Neste momento exerço funções de representação como membro do Senado da UL, da Comissão Premanente de Acompanhamento do Senado da UL, da Assembleia de Representantes da UL, da Assembleia de Representantes da FML e do Conselho Pedagógico da FML.
No passado fui membro executivo da Direcção da AEFML e da ANEM, bem como Presidente do Conselho Fiscal da ANEM. Tive assento no Conselho Directivo da FML.]
quinta-feira, 11 de janeiro de 2007
O mesmo acto, duas reacções

De repente é abordado por um sujeito meio "tan-tan" que verborreou qualquer coisa meio imperceptível e como um louco lhe apontou para os lábios, com os dedos cheios de qualquer coisa que parecia carvão, com um gesto de mãos meio tosco e lentificado; tão próximo que Francisco teve nojo e rapidamente o afastou.
Continuou o seu caminho e chegou finalmente ao consultório. Entrou, identificou-se na recepção. Aguardou na sala de espera. Passado cerca de 10 minutos uma daqueles funcionárias vestidas de branco (que sempre há naqueles consultórios meio chiques) chamou pelo nome de Francisco à entrada da sala de espera. Levantou-se e caminhou até à sala do dentista. Nunca tinha visto aquele homem, não o conhecia de parte nenhuma, contudo, cumprimentou-o, sentou-se na cadeira e abriu a boca naquele gesto implacável de quem suplica para lhe enfiarem as mãos na boca!
[Inspirado num artigo que li na revista Visão. Já o li há tanto tempo, que não me lembro quando.]
Actos como este acontecem diariamente na profissão de médico-dentista e na profissão de médico, e em qualquer outra profissão que envolva seres humanos em estado mais ou menos vulnerável.
Que raio de poder, ou de encabulada qualidade, que alguém deu a estes seres do universo para puderem fazer tanta coisa, muitas vezes sem se explicarem?
Óbvio que o exemplo que desenvolvi é um pouco ridicularizável, mas quantas histórias conhecemos nós nas quais os doentes se confessam e se expõem aos médicos. Quanta confiança! Quanta necessidade! Quanta vulnerabilidade!
E depois o erro médico, o mesmo que a desilusão no amor! Caramba, não é a profissão médica uma profissão como tantas outras? Se calhar não é, mexe com a vida dos outros e os outros fazem com que os médicos mexam na sua vida!
Tenho medo e coloco questões! Terei esse direito, ou deverei pôr-me rapidamente a estudar, em vez de pensar sobre estas coisas, para que no futuro não faça erros e seja o deus que todos esperam de mim?
Não tenho essa presunção, mas será que a sociedade realmente me exige isso?
quarta-feira, 10 de janeiro de 2007
Estado do Tempo
terça-feira, 9 de janeiro de 2007
Transparente

Mas dizia eu que imaginei uma daquelas micas A4 e cheguei à conclusão de que existem bastantes parecenças entre as micas A4 e eu próprio... Bastantes não, somos mesmo iguais! E à medida que os anos passam estou a ficar pior, bem pior!
Olho para as pessoas e acho que elas sabem tudo o que estou a pensar, o que estou a sentir... sou um saco transparente... e lá dentro ponho aquilo que quero esconder... mas infelizmente não sou opaco.
Deviam fabricar micas escuras: eu queria ser oriundo dessa linha de montagem.
segunda-feira, 8 de janeiro de 2007
Tempo vs. Pessoa

Pensei em ligar-te! Agarrei no telefone, marquei os números e dei de caras com aquela mensagem predefinida da tua rede móvel... Ou melhor: dei de ouvidos com ela e depois dei-lhe com o botão vermelho! Irritou-me celestialmente querer falar contigo e tu estares ausente...
Porque é que as coisas não acontecem no tempo que eu quero que elas aconteçam? O mundo devia ser meu, só meu, e eu deveria poder gozar com o tempo, fintá-lo, transformá-lo e o maior gozo de todos seria pará-lo. Parar o tempo com uma ordem leve e fina, qual deus do topo do seu pedestal...
Durante o dia andava sempre cheio de nadas que me preenchiam e adiava sempre o contacto que desejei ter contigo. Quando finalmente respirava e queria dizer-te qualquer coisa, nem que fosse para te dizer que o meu dia tinha sido uma merda, não era socialmente correcto ligar-te.
Logo eu que sou um homem olhado por todos como organizado, metódico... e depois não consigo falar contigo, nem com ela, nem com ele, nem com o outro...
Às vezes sinto que ao longo dos anos acumulei tantas coisas, aceitei tantas funções e candidatei-me a tanta coisa, que fui perdendo a noção da real dimensão das minhas capacidades... Não esgotei por fora mas saturei por dentro queria dar um grito e libertar-me de todas aquelas amarras que se tornaram monótonas pelo tempo, pelas novas pessoas e pelos olhares e discussões.
Quando finalmente me libertei achei que ía conseguir concentrar-me em menos máquinas que nos fazem ter acção, máquinas de poder, de pessoas, de estudo... Mas não, afinal toda essa vontade em fazer por fazer bem e como a vontade é intrínseca, saí daquelas amarras que descrevi mas agarrei-me a outras com o mesmo prazer que me agarrei no início às primeiras. E sabem porquê? Porque são novas, renovadas, não apertam, cheiram de maneira diferente, cursam de maneira diferente - e são diferentes porque não são as mesmas.
Agora com novas amarras, passo pela fase de êxtase e já se preconiza uma qualquer ascensão que dizem ser normal... Veremos quando me vou fartar e quando irei mudar de amarras!
[Em memória dos 3 anos e meio de associativismo que fiz no Ensino Superior na AEFML, na ANEM e na IFMSA; e aos novos projectos que agora tenho.]
Cegueira

domingo, 7 de janeiro de 2007
Nádia
