Páginas

domingo, 14 de janeiro de 2007

Breve Ensaio sobre o Estado do Mundo

[Foi a 4 de Março de 2000. Com 14 anos de idade escrevi este texto...]
Alguém é capaz de me explicar o que faço aqui? Alguém é capaz de me esclarecer sobre a minha existência, o meu papel neste Mundo infeliz? Alguém é capaz de me avivar a memória sobre as coisas boas que aconteceram no Mundo e apagar da História estes últimos anos de violência, tristeza, guerra, ódio, almas partidas? Será que alguém sabe explicar a um jovem de 14 anos o Mundo de hoje, ou será que é o jovem de 14 anos que tem de o descobrir para o mostrar a esses que se dizem adultos?
Muitas vezes ouve-se, por parte daqueles que se dizem com mais saber empírico, esta expressão: "No meu tempo é que era bom!..."
Mas será que nós podemos olhar para o Mundo de hoje com os olhos que encarávamos o Mundo no início do século... É estranho dizer isto, mas a verdade é que no espaço de 100 anos podemos dizer que tudo mudou radicalmente, muito depressa, muito rapidamente... Foi o homem a querer marcar pontos no espaço, a querer organizar informação, a querer voar sobre ele mesmo, a sentir necessidade de estar em todo o lado, a ultrapassar a barreira que a Natureza lhe tinha imposto e a corrompê-la,... (Eu sei lá!... Foi de tudo...)
Diz-se que todo o ser humano é dotado de consciência moral, consciência essa que o critica para o bem e para o mal, que o elogia e o reprova. Mas será que o Homem ouve sempre essa consciência moral?
Segundo estudos feitos por filósofos, se todo o ser humano é dotado de consciência moral é porque todo o ser humano tem noção do que é o bem e o mal, sabendo que o bem é benéfico e que o mal é maléfico. Então porque é que continuamos a praticar o mal?
A vontade que me assola neste momento é a de chegar perto daqueles que se dizem senhores do Mundo e fazer-lhes estas perguntas! Penso que se tentasse sintetizar todas as repostas numa só palavra, essa seria: "dinheiro"!
O dinheiro é mesmo aquilo que move massas e que altera por completo a sociedade dos nossos dias... É o consumo, o jogo, o vício, até o amor se compra!... E depois temos aqueles países onde tudo se libera e onde aos cidadãos só falta permitir o assassínio, porque de resto são as drogas que são liberalizadas (quer sejam leves ou duras), é a prostituição que é permitida (até temos casas com umas montras onde as meninas cativam os seus pressupostos clientes). Não vou citar nomes de nações, porque penso que é do conhecimento geral aquilo a que me refiro.
Por outro lado temos ainda os problemas ambientais: é o Homem a desfazer florestas, é o buraco do ozono a abrir cada vez mais, é a Antárctida a degelar, são espécies que desaparecem...
É o Homem a querer controlar tudo e todos, achando-se senhor de um Mundo que não fabricou, inventou; muito pelo contrário o Homem foi inventado e fabricado pelo Mundo.
Não me quero alongar mais, não quero manchar mais a imagem daqueles que governam e que mandam, só quero deixar bem claro que esses sim, esses são os culpados de tudo e não os pobres operários a quem é mandado devastar 100 hectares de floresta!
Pensem em tudo o que escrevi, e digam se realmente o Mundo não parece uma faixa do oceano onde foi derramado petróleo?...


Amadureci... Penso de maneira diferente mas com um substrato idêntico: afinal já Camões lhe chamava o "vil metal" - contudo, acredito numa sociedade liberal em que o capitalismo seja auxílio no desenvolvimento da sociedade e não a única e ditaturial regra!

Sem comentários: