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segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

(A)partidário


[Quem me conhece tem-se questionado sobre o porquê de ainda não ter sido publicado um texto eminentemente político! Para satisfazer esses desejos, e porque gosto de reflectir sobre esses temas, aqui vai um texto publicado há não muito tempo no Blog da JSD Almada.]


“O conceito de Política é uma noção cada vez mais negativa na mente dos jovens portugueses. A fraca confiança nas opiniões e ideais dos políticos cresce em frequência e descredibiliza a classe”.
A opinião expressa anteriormente não é estranha à sociedade civil… Pessoalmente, considero desvirtuada esta análise e adopto uma posição diferente: os jovens não são sensibilizados para a política! Creio numa visão optimista das classes mais jovens, pelo potencial que transportam. Se não existe uma efectiva ligação das faixas etárias mais jovens à política é porque o sistema não a promove e os distancia pela linguagem, pela imagem e pela postura.
Está nas mãos das juventudes partidárias parte da Educação para a Cidadania, e como tal, a aproximação dos jovens aos problemas da sociedade e aos centros de decisão.
Fazer política poderá ser simples e não se cinge apenas às discussões de défices, nomeações ou ideias estratégicos. A simples expressão de opinião sobre o estado das coisas é a política inocente que se deve começar por pedir aos mais novos, valorizando os seus interesses e opiniões. As associações informais de cidadãos e as juventudes partidárias são as sedes próprias para esta desvirginação!
A par desta realidade, urgem também outras duas áreas de acção: a promoção do convívio saudável (recreativo, desportivo e cultural) e a formação pura em vários temas para os quais interessa educar pela importância de discussão com vista à decisão no país que temos.
A política pode assim abranger temas diferentes que convergem em conceitos comuns.
Não podemos pecar pela desinformação dos nossos jovens, mas antes primar pelo seu conhecimento da real dimensão dos temas e dos problemas, aumentando índices de positivismo e optimismo, que dão o à-vontade necessário para a expressão de opiniões em respeito mútuo pelas diferenças e ideais construídos.

3 comentários:

Nádia disse...

Mais!!!

Pedro Morgado disse...

Olá Pedro,

Espero que esteja tudo bem contigo.

Apenas um comentário à sondagem que está a decorrer no teu blog. Acho que há uma lisboalização do país. Então tu esqueces-te de grandes nomes da Medicina como Corino de Andrade ou Abel Salzar?

Abraço

proteinita disse...

Olá boa noite!

Considero que focou pontos interessantes. O desinteresse dos jovens pela actividade política, resulta da crise de educação para a cidadania que parece imperar nos nossos dias. Assim, antes mesmo de um incentivo para "pensamentos de índoles mais políticas" é urgente despertar e conscencializar os jovens para os problemas do mundo, levá-los a inquietarem-se e questionarem-se sobre o que os rodeia. Parece-me ser o primeiro passo para o pensamento político. Porque a política não é só ideologia, é antes uma luta destinada a fazer triunfar ou fracassar determinadas ideias e projectos. Ora essas ideias e projectos só podem surgir após cuidadosa reflexão sobre o estado das coisas, caso contrário entramos na demagogia. Agora é certo, cabe então às juventudes partidárias fazer a defesa das suas ideias e projectos. Entramos nas lutas de poder, dada a natureza competitiva da política. Mas é importante que se mobilizem, que marquem presença e não se limitem a uma atituide mais interventiva em épocas de campanha. E muito menos que deixem que certas juventudes mais radicais e demagógicas "deslubrem" e dominem os mais jovens. Pessoalmente preocupa-me que os movimentos estudantis sejam dominados por elementos partidários que partilham ideias que já nada têm de actual. É triste ver que desde o meu ensino secundário, e já lá vão 6 anos, as lutas estudantis continuam iguais, sem que os jovens percebam porque fazem greves, desfazados da realidade, conduzidos por aqueles que se aproveitam da sua ignorância.
Talvez as juventudes partidárias doutras naturezas (da que destaco aquela a que pertence) devam ter um papel mais activo. É que a omissão, o deixar de agir correctamente e de intervir quando necessário são também formas de erro e péssimas contribuições para a passividade a que assistimos.

Boa noite