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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Fui!

Já volto!

Sou eu!

Parece que voltei à adolescência e apetece-me dialogar com um qualquer amigo imaginário que me preenche o espaço vazio que tenho! Partilho com quem quiser ouvir e ler. Às vezes tenho interesse, outras vezes interesse nenhum, mas para mim tenho o interesse que julgo ter... e interessa-me! Caio redondo de sono a pensar e acordo ainda com sono mergulhado num qualquer pensamento! Já não tenho crises de identidade, mas de organização! Enquanto assim for, a descoberta acontece!... E eu, pequenino e formiga trabalhadora, por vezes cigarra em pleno ócio, deixo-me levar em filosofias (des)interessantes!
Afinal, a minha paixão e a minha sede por querer entender tudo e mais um pouco, leva-me a refletir sobre coisas mais ou menos exploradas, na minha maneira muito própria de as dizer!
Quase sempre autobiográfico, busco contexto no meu dia-a-dia, e na generalização (mais ou menos generalizada) tento encontrar lógica para os comportamentos, os anseios e os pensamentos.
Agora lembro-me dos meus pais e apetece-me dizer obrigado!
Na estranheza desta afirmação há uma lógica profunda de verdade, porque afinal são só os melhores pais do mundo...
Na escuridão à minha volta, a luz deste monitor focaliza a minha atenção no que escrevo e não tenho vontade nenhuma de parar. Na desconexão que faço da realidade há uma conexão muito forte a mim mesmo, ao que penso, ao que anseio e à forma como me comporto.
Sou preconceituoso, ansioso, metódico, obsessivo e, no fundo, tudo isso tem uma lógica e uma origem. A origem está naqueles a quem agradeci e a lógica está na minha necessidade de encontrar qualquer coisa que me faça sorrir!
Sou mimado, contemplador, apaixonado e exagerado, mas sou genuíno nas palavras, nos actos e no que sinto!
Se sou feliz assim, ainda não sei responder, mas porque sou assim não sei ser de outra forma!
A mim deixo um abraço e aos outros aquilo que quiserem receber! Fui egocêntrico, mas essa é também uma ponta vincada da minha personalidade!

O fim do dia!

O dia acaba em pijama em frente ao computador! Amanhã há mais, mas hoje não me apetece dormir... Em vez de ficar no ócio em frente ao televisor, escrevo qualquer coisa que não enche os olhos ou a alma de ninguém mas deixa-me a mim jogar fora um qualquer pensamento mais pesado que preciso de passar para não sei quem!
Estive de banco e esqueci tudo... Esqueci o mundo cá fora e vivi a vida e as doenças dos meus doentes, fui alertado para coisas que não sabia, observei, auscultei, palpei, falei, ajudei, e fiz muito mais que me deu gozo... Sou médico por gosto e apaixonado por aquilo que faço! O resto, desde as condições de trabalho ao companheirismo entre profissionais de saúde, deixo para reflexões de outro calibre.
Depois veio a reunião em família porque o puto fazia anos... Os sorrisos das crianças valem por demais, mas eu estava cansado... Mesmo assim dois dedos de conversa e, ao chegar a casa, ainda reli a sessão clínica de amanhã!
Agora falta-me qualquer coisa e não quero ir dormir... Não quero... Falta-me alguém aqui e não quero ir dormir... Não quero...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Seco!

Não me apetece escrever textos em que invento uma imagem googlada, apetece-me escrever da forma mais seca que existe...
Estou seco... A saliva não existe, a pele das minhas mãos está seca e uma frieira até já gretou!
Estou seco nas palavras que digo a quem gosta de mim e sou curto, rude, nervoso!
Nervoso sem ser miudinho porque isso já era ser menos seco do que aquilo que estou a ser!
Não quero marcar as férias... não nasci para marcar férias... Não tenho projectos, não tenho chamamentos... Fico-me por aqui e trabalho...
Sei que aquilo que acabo de dizer não é o que penso nem o que sinto, mas hoje é, e é isso que importa! Estou seco demais para marcar férias com água numa praia qualquer, ou seco demais para marcar umas férias com neve numa pista qualquer, ou mesmo seco demais para marcar umas férias com chuva numa Londres/Paris qualquer...
Quero ser seco, apodrecer seco e tenho nojo de mim que sou seco! E mau, às vezes...
Lágrima!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

"Se eu não morresse nunca e eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das coisas!"

"Se eu não morresse nunca e eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das coisas!", quantas vezes li esta frase!
"Se eu não morresse nunca e eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das coisas!", estava escrita, como julgo que ainda está, na estação de metro da Cidade Universitária...
"Se eu não morresse nunca e eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das coisas!", Cesário Verde disse...
"Se eu não morresse nunca e eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das coisas!", quantas vezes...

Hoje, penso tanto nisso! A faculdade acabada, o hospital sempre na minha vida, todos os dias, eu imperfeito! Não me consigo abstrair de todas as outras solitações e continua a pensar: "Se eu não morresse nunca e eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das coisas!"...

Mas caramba... Viver em sufoco não é o que se quer! Viver descontraído seria muito melhor... E olho, e vejo, e nunca tenho tempo, e não busco perfeição nenhuma... Quer dizer... Até que busco, mas não encontro... nada acontece como quero, às horas que quero... Mas eu gosto desse grau de entropia estranho...
Nesta meia hora aqui sentado tento digerir um dia num hospital, pensar numa noite, esta mesma noite, e o resto fica para depois... De há uns tempos para cá que parece que tudo fica para depois... Até eu fiquei para depois...
Bolas, não se trata de dizer que ser médico é um mal maior que ser qualquer outra coisa no Universo... Eu é que sinto que devia e podia ser muito melhor... Tenho de estudar! Mais? Caramba, a faculdade não acabou? Mas é tão bom quando se estuda e se ganha mais e mais conhecimento... Mas hoje estou cansado... Sinto-me cansado... Não nasci cansado, mas ultimamente não me lembro de não andar cansado! O cansaço é psicológico, ocupa-nos mais espaço a palavra cansaço que o cansaço em si... Será verdade? Quero ser dedicado à Medicina e a mais mil e uma coisa, e já agora a mim mesmo...
Só não quero perder algumas das qualidades que tinha... mas já não me lembro delas... Deprimido? Um pouco... Ou melhor... Hoje estou mesmo distímico!
"Se eu não morresse nunca e eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das coisas!"...
Só há uma coisa que me vale: é que sempre que vou trabalhar levo um sorriso nos lábios, e esqueço o resto do mundo... Aí tenho a certeza da opção que fiz; opção essa tantas vezes questionada!
"Se eu não morresse nunca e eternamente buscasse e conseguisse a perfeição das coisas!"...

Bendito Fado

Fado é patriotismo na saudade de um sorriso. Tarde aprendi a gostar! Uma companhia antes de voltar ao trabalho! Mafalda Arnauth!

"Bendita esta forma de vida
Por mais estranha que seja
Não há outra maior...
Bendita travessa da palha
A de uns olhos garotos
Onde o fado é loucura.

Bendita essa rosa enjeitada
Rosa branca delicada
Ou rosinha dos limões.
Bendito miúdo da Bica
Bendigo a história que fica
Do pulsar dos corações.

Bendito fado
Corridinho ou compassado
Choradinho ou bem gingado
Em desgarrada singular
Bendito fado
Bendita gente
No seu estilo tão diferente
Numa fé que não desmente
A sua sina de cantar
Bendito fado, bendita gente.

Bendita a saudade que trago
Que de tanto andar comigo
Atravessa a minha voz.
Bendito o amor que anda em fama
Numa teia de enganos
Ou feliz, qual água que corre.

Bendita rua dos meus ciúmes
Do silêncio ao desencanto
Não há rua mais bizarra
Benditas vozes que cantam
Até que a alma lhes doa
Pois foi Deus que os fez assim.

Bendito fado
Corridinho ou compassado
Choradinho ou bem gingado
Em desgarrada singular
Bendito fado
Bendita gente
No seu estilo tão diferente
Numa fé que não desmente
A sua sina de cantar
Bendito fado, bendita gente.

Bendita velha tendinha
De uma velha Lisboa
Sempre nova e com gajé
Bendita traça calé
Carmencita linda graça
Tão bonita a tua fé.

Bendito presente e passado
De mãos dadas num verso em branco
À espera de um futuro
Bendigo essas almas que andam
Uma vida à procura
De um luar que vem do céu."

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Escrever

Houve uma altura em que achei que as letras se encaixavam comigo. Eu escrevia o que queria e da maneira que queria - aparentemente tudo me soava bem, achava que sabia o que dizia da maneira mais arrojada ou menos arrojada que encontrava. Hoje, volto a ler o que escrevi e nada me soa assim tão bem!... Fiquei mais exigente, penso de maneira diferente, estou estupidamente diferente nesse aspecto!
Continuo a gostar de escrever e a ter o desejo de agarrar numa caneta ou de colar os meus dedos ao teclado, mas as palavras custam mais a fluir e o que escrevi e o que escrevo é estranho, não parece meu!
São períodos estranhos... Em textos mais ou menos formais quero voltar aqui de novo, muitas vezes...
Terei fóruns e temas, sei que sim!... Quais? Não sei! Afinal, nunca soube!

Rosa Lobato Faria: para ler e sorrir!


Autobiografia


"Quando eu era pequena havia um mistério chamado Infância. Nunca tínhamos ouvido falar de coisas aberrantes como educação sexual, política e pedofilia. Vivíamos num mundo mágico de princesas imaginárias, príncipes encantados e animais que falavam. A pior pessoa que conhecíamos era a Bruxa da Branca de Neve. Fazíamos hospitais para as formigas onde as camas eram folhinhas de oliveira e não comíamos à mesa com os adultos. Isto poupava-nos a conversas enfadonhas e incompreensíveis, a milhas do nosso mundo tão outro, e deixava-nos livres para projectos essenciais, como ir ver oscilar os agriões nos regatos e fazer colares e brincos de cerejas. Baptizávamos as árvores, passeávamos de burro, fabricávamos grinaldas de flores do campo. Fazíamos quadras ao desafio, inventávamos palavras e entoávamos melodias nunca aprendidas. Na Infância as escolas ainda não tinham fechado. Ensinavam-nos coisas inúteis como as regras da sintaxe e da ortografia, coisas traumáticas como sujeitos, predicados e complementos directos, coisas imbecis como verbos e tabuadas. Tinham a infeliz ideia de nos ensinar a pensar e a surpreendente mania de acreditar que isso era bom. Não batíamos na professora, levávamos-lhe flores. E depois ainda havia infância para perceber o aroma do suco das maçãs trincadas com dentes novos, um rasto de hortelã nos aventais, a angústia de esperar o nascer do sol sem ter a certeza de que viria (não fosse a ousadia dos pássaros só visíveis na luz indecisa da aurora), a beleza das cantigas límpidas das camponesas, o fulgor das papoilas. E havia a praia, o mar, as bolas de Berlim. (As bolas de Berlim são uma espécie de ex-libris da Infância e nunca mais na vida houve fosse o que fosse que nos soubesse tão bem). Aos quatro anos aprendi a ler; aos seis fazia versos, aos nove ensinaram-me inglês e pude alargar o âmbito das minhas leituras infantis. Aos treze fui, interna, para o Colégio. Ali havia muitas raparigas que cheiravam a pão, escreviam cartas às escondidas, e sonhavam com os filmes que viam nas férias. Tínhamos a certeza de que o Tyrone Power havia de vir buscar-nos, com os seus olhos morenos, depois de nos ter visto fazer uma entrada espampanante no salão de baile onde o Fred Astaire já nos teria escolhido para seu par ideal. Chamava-se a isto Adolescência, as formas cresciam-nos como as necessidades do espírito, música, leitura, poesia, para mim sobretudo literatura, história universal, história de arte, descobrimentos e o Camões a contar aquilo tudo, e as professoras a dizerem, aplica-te, menina, que vais ser escritora. Eram aulas gloriosas, em que a espuma do mar entrava pela janela, a música da poesia medieval ressoava nas paredes cheias de sol, ay eucoitada, como vivo em gran cuidado, e ay flores, se sabedes novas, vai-las lavar alva, e o rio corria entre as carteiras e nele molhávamos os pés e as almas. Além de tudo isto, que sorte, ainda havia tremas e acentos graves. Mas também tínhamos a célebre aula de Economia Doméstica de onde saíamos com a sensação de que a mulher era uma merdinha frágil, sem vontade própria, sempre a obedecer ao marido, fraca de espírito que não de corpo, pois, tendo passado o dia inteiro a esfregar o chão com palha de aço, a espalhar cera, a puxar-lhe o lustro, mal ouvia a chave na porta havia de apresentar-se ao macho milagrosamente fresca, vestida de Doris Day, a mesa posta, o jantarinho rescendente, e nem uma unha partida, nem um cabelo desalinhado, lá-lá-lá, chegaste, meu amor, que felicidade! (A professora era uma solteirona, mais sonhadora do que nós, que sabia todas as receitas do mundo para tirar todas as nódoas do mundo e os melhores truques para arear os tachos de cobreque ninguém tinha na vida real). Mas o que sabíamos nós da vida real? Aos 17 anos entrei para a Faculdade sem fazer a mínima ideia do que isso fosse. Aos 19 casei-me, ainda completamente em branco (e não me refiro só à cor do vestido). Só seis anos, três filhos e centenas de livros mais tarde é que resolvi arrumar os meus valores como quem arruma um guarda-vestidos. Isto não, isto não se usa, isto não gosto, isto sim, isto seguramente, isto talvez. Os preconceitos foram os primeiros a desandar, assim como todos os itens que à pergunta porquê só me tinham respondido porque sim, ou, pior, porque sempre foi assim. E eu, tumba, lixo, se sempre foi assim é altura de deixar de ser e começar a abrir caminho às gerações futuras (ainda não sabia que entre os meus 12 netos se contariam nove mulheres). Ouvi ontem uma jovem a dizer, a revolução que nós fizemos nos últimos anos. Não meu amor: a revolução que NÓS fizemos nos últimos 50 anos. Mas não interessa quem fez o quê. É preciso é que tenha sido feito. E que seja feito. E eu fiz tudo, quando ainda não era suposto. Quando descobri que ser livre era acreditar em mim própria, nos meus poucos, mas bons, valores pessoais. Depois foram as circunstâncias da vida. A alegria de mais um filho, erros, acertos, disparates, generosidades, ingenuidades, tudo muito bom para aprender alguma coisa. Tudo muito bom. Aprender é a palavra chave e dou por mal empregue o dia em que não aprendo nada. Ainda espero ter tempo de aprender muita coisa, agora que decidi que a Bíblia é uma metáfora da vida humana e posso glosar essa descoberta até, praticamente, ao infinito. Pois é. Eu achava, pobre de mim, que era poetisa. Ainda não sabia queestava só a tirar apontamentos para o que havia de fazer mais tarde. A ganhar intimidade, cumplicidade com as palavras. Também escrevia crónicas e contos e recados à mulher-a-dias. E de repente, aos 63 anos, renasci. Cresceu-me uma alma de romancista e vá de escrever dez romances em 12 anos, mais um livro de contos (Os Linhos da Avó) e sete ou oito livros infantis. (Esta não é a minha área, mas não sei porquê, pedem-me livros infantis. Ainda não escrevi nenhum que me procurasse como acontece com os romances para adultos, que vêm de noite ou quando vou no comboio e se me insinuam nos interstícios do cérebro, e me atiram para outra dimensão e me fazem sorrir por dentro o tempo todo eme tornam mais disponível, mais alegre, mais nova). Isto da idade também tem a sua graça. Por fora, realmente, nota-se muito. Mas eu pouco olho para o espelho e esqueço-me dessa história da imagem. Quando estou em processo criativo sinto-me bonita. É como se tivesse luzinhas na cabeça. Há 45 anos, com aquela soberba muito feminina, costumava dizer que o meu espelho eram os olhos dos homens. Agora são os olhos dos meus leitores, sem distinção de sexo, raça, idade ou religião. É um progresso enorme. Se isto fosse uma autobiografia teria que dizer que, perto dos 30, comecei a dizer poesia na televisão e pelos 40 e tais pus-me a fazer umas maluqueiras em novelas, séries, etc. Também escrevi algumas destas coisas e daqui senti-me tentada a escrever para o palco, que é uma das coisas mais consoladoras que existem (outra pessoa diria gratificantes, mas eu, não sei porquê, embirro com essa palavra). Não há nada mais bonito do que ver as nossas palavras ganharem vida, esangue, e alma, pela voz e pelo corpo e pela inteligência dos actores. Adoro actores. Mas não me atrevo a fazer teatro porque não aprendi. Que mais? Ah, as cantigas. Já escrevi mais de mil e 500 e é uma das coisas mais divertidas que me aconteceu. Ouvir a música e perceber o que é que lá vem escrito, porque a melodia, como o vento, tem uma alma e é preciso descobrir o que ela esconde. Depois é uma lotaria. Ou me cantam maravilhosamente bem ou tristemente mal. Mas há que arriscar e, no fundo, é só uma cantiga. Irrelevante. Se isto fosse uma autobiografia teria muitas outras coisas para contar. Mas não conto. Primeiro, porque não quero. Segundo, porque só me dão este espaço que, para 75 anos de vida, convenhamos, não é excessivo. Encontramo-nos no meu próximo romance."

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Estamos em crise?

Scolari vai receber 8,5 milhões de euros pela rescisão do contrato com o Chelsea!
Estamos em crise?
C’os diabos!!!
O que é que ele fez para receber esse dinheiro?

Pinócrates indignado!

Grande JSD-Nacional que, com o humor e a irreverência que lhes são características e devidas, apareceu a público com a fantástica campanha do Pinócrates!
O nosso primeiro-ministro, que já nos habituou a verdades pela metade e falsidades totais, mereceu este presente da juventude laranja. Em reacção, José Sócrates, lá se foi mostrando muito indignado dizendo que o PSD se escondia por detrás dessa campanha. Não desvirtuemos a realidade – a JSD é uma estrutura autónoma, mas um braço de apoio do PSD, e só assim fará sentido. O PSD não se esconde atrás da JSD, nem o contrário acontece, cada estrutura com o seu papel complementam-se na acção. Como disse, o humor e a irreverência são características de uma juventude partidária, contudo, isso não implica a perda de responsabilidade. E é em tudo verdade que é mentira a criação de 150.000 novos empregos! Pelo contrário, muitos se perderam! Qual o balanço? Pinócrates abaixo!

Que bela maneira de fazer política!

“Ora, eu ganho cerca de 5000 euros por mês, deduzo cerca de 42% - acho que faz sentido que quem ganha mais tenha uma redução dos benefícios” – esta é a maneira mais carinhosa do nosso primeiro-ministro fazer política. Chegar aos portugueses, em ano de eleições, dando-se como exemplo de uma medida política!
O senhor primeiro-ministro esqueceu-se de dizer que apenas 10% da população portuguesa se encontra na sua situação, e que a diminuição dos benefícios desses mesmos 10% não irá alterar em nada a situação financeira do país! É preciso mais e melhor!
Com medidas inúteis mas com muito folclore, o nosso primeiro-ministro espera ansiosamente que o povo português lhe confira um novo mandato! Não façamos tal asneira caramba!

Ainda há boas medidas políticas… em Oliveira de Frades

“Nós por Cá” é um programa da SIC que vai para o ar de segunda a sexta-feira antes do “Jornal da Noite”. Foi aí que ouvi falar de um projecto da Câmara Municipal de Oliveira de Frades para apoio a idosos desse concelho. Pelo que percebi, em linhas gerais, o projecto permite que um idoso que não tenha possibilidades de, sozinho, realizar determinada tarefa do dia-a-dia, peça ajuda a um serviço do município. O número de telefone é grátis e o serviço também! Mudam lâmpadas, põem cortinados, arranjam canalizações, dão um jeito na electricidade e até fazem as compras! Há boas políticas por aí!

Andam a brincar connosco!

Saíram ontem as notas da Prova Nacional de Seriação do Internato Médico 2009. Quer dizer: saíram 2 vezes. De manhã uma pauta, à tarde detectaram-se os erros e apareceu outra pauta. De manhã tinha mais 6 pontos que à tarde, mas parece que à tarde é que a minha nota está certa… Mas eu já não sei nada… Isto depende da hora do dia, da humidade do ar e da temperatura do ar condicionado!
A causa do erro? Dizem que este ano digitalizaram os exames para que a correcção fosse feita por leitura óptica no computador. Mas então os exames levam 3 meses a corrigir por leitura óptica e em menos de um dia, após avisos dos candidatos, detectam-se os erros e a pauta aparece correcta? Ou melhor – para mim e para os comuns a pauta aparece correcta; será mesmo que ninguém saiu beneficiado? Vá lá: expliquem-se? Quem é que é filho de um ministro, de um director geral, de um adjunto, ou quem é que é primo do tio do gajo do Freeport?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Mais um blog temático - www.noseasaude.blogspot.com

www.noseasaude.blogspot.com
Com este post anuncio a criação de mais um blog, desta feita temático – a Saúde será o tema a tratar! Nele pretende-se criar um espaço aberto de discussão pública sobre uma problemática que a todos diz respeito!
Conto com a participação nesse fórum de discussão!

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Se cresceste nos anos 90...


Se cresceste nos anos 90...


- Ainda te lembras de quando valia a pena acordar cedo para ver desenhos animados;

- Sabes de cor a música de pelo menos 4 canções da "Disney";

- Fazias aquelas coisinhas de papel para ver com quem é que te ias casar e os "quantos queres?";

- Cantavas as musicas das "Spice Girls", mas não sabias bem o que é que estavas a dizer (para as meninas...);

- Sabias que a "Power Ranger" cor-de-rosa e o verde ainda iam acabar juntos;

- Não perdias um episódio do "Dragon Ball" (e depois o "Z" e depois do "GT");

- Tiveste, pelo menos, um "Tamagotchi";

- Sabias as músicas dos "Onda Choc" de cor "ele é o reiii, eiii, eiii" (epah... pelo menos, ouvimo-las...);

- Ainda és do tempo em que a Anabela cantava "Quando cai a noite na cidade"... (e em que o país parava para ver o "Festival da Canção da RTP");

- Brincavas aos "Polly Poquet"! (as meninas...);

- Ainda te lembras da coreografia da "Macarena";

- Gritavas "olhós namorados, primos e casados!";

- Choraste quando o Mufasa morreu e, se for preciso, voltas a chorar se voltares a ver o filme outra vez (pelo menos há comoção na história...);

- "Tururururu Inspector Gadget Tururururtutu!";

- Ainda te lembras de ver a tua mãe ou a tua avó a chorar a ver o "Ponto de Encontro" (epah, as minhas não choravam... lol);

- 500$00 dava para tanta coisa! (e cheguei a comprar pastilhas a 2$50);

- "Bem-vindos ao mundo encantado dos brinquedos, onde há reis, princesas, dragões! Heróis de banda desenhada, pulos, saltos e muitos trambulhões! O mundo dos brinquedos está no 'Continente', onde tudo tem mais fantasia! Brinquedos, brinquedos, eles são a nossa maior alegria!" (Leopoldina);

- Todas as tuas decisões importantes eram feitas com um "pim-pu-ne-ta";

- "Velho" queria dizer qualquer pessoa acima dos 17 anos;

- Conhecias pelo menos uma pessoa que tinha daqueles ténis com luzinhas!;

- Quando ias ao cabeleireiro, a tua mão dizia-te que ficavas linda de 'poupa' (novamente para as meninas...);

- Querias sempre um "Push-Pop" e a tua mãe nunca te queria dar porque ficavas todo a colar!!!;

- Levaste pelo menos um sermão por teres colado o teu "Pega-Monstros" ao tecto da cozinha;

- Trocavas "Tazzos" e "Matutolas";

- Vias o "Zig-Zag" e o "Buereré";

- Vias a série "Riscos", no Canal 2, e sentias-te muito mais crescido;

- Achavas piada ao "quarto-escuro";

- Respondias aos insultos com "quem diz é quem é!";

- Lembras-te de ver os "Simpsons" e de não perceberes porque é que, sendo desenhos animados, não tinham graça nenhuma;

- Viste o "Rei Leão" e os "101 dálmatas";

- Já te apercebeste que já não és uma criança, e que sabe bem recordar os momentos que já passaram...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Sunscreen


"Ladies and Gentlemen of the class of ’97:
Wear Sunscreen. If I could offer you only one tip for the future, sunscreen would be it. The long term benefits of sunscreen have been proved by scientists whereas the rest of my advice has no basis more reliable than my own meandering experience… I will dispense this advice, now.


Enjoy the power and beauty of your youth; oh nevermind; you will not understand the power and beauty of your youth until they've faded. But trust me, in 20 years you’ll look back at photos of yourself, and recall in a way you can’t grasp now how much possibility lay before you and how fabulous you really looked…. You are not as fat as you imagine.


Don’t worry about the future; or worry, but know that worrying is as effective as trying to solve an algebra equation by chewing bubblegum. The real troubles in your life are apt to be things that never crossed your worried mind; the kind that blindside you at 4pm on some idle Tuesday.


Do one thing everyday that scares you.


Sing.


Don’t be reckless with other people’s hearts, don’t put up with people who are reckless with yours.


Floss.


Don’t waste your time on jealousy; sometimes you’re ahead, sometimes you’re behind; the race is long, and in the end, it’s only with yourself.


Remember the compliments you receive, forget the insults; if you succeed in doing this, tell me how.


Keep your old love letters, throw away your old bank statements.


Stretch.


Don’t feel guilty if you don’t know what you want to do with your life… the most interesting people I know didn’t know at 22 what they wanted to do with their lives, some of the most interesting 40 year olds I know still don’t.


Get plenty of calcium.


Be kind to your knees, you’ll miss them when they’re gone.


Maybe you’ll marry, maybe you won’t, maybe you’ll have children, maybe you won’t, maybe you’ll divorce at 40, maybe you’ll dance the funky chicken on your 75th wedding anniversary… what ever you do, don’t congratulate yourself too much or berate yourself either – your choices are half chance, so are everybody else’s. Enjoy your body, use it every way you can, don’t be afraid of it, or what other people think of it, it’s the greatest instrument you’ll ever own...


Dance… even if you have nowhere to do it but in your own living room.


Read the directions, even if you don’t follow them.


Do NOT read beauty magazines, they will only make you feel ugly.


Brother and sister together we'll make it through, someday a spirit would take you and guide you there, I know you've been hurting but I've been waiting to be there for you, and I'll be there just helping you out, whenever I can.


Get to know your parents, you never know when they’ll be gone for good.


Be nice to your siblings, they're your best link to your past and the people most likely to stick with you in the future.


Understand that friends come and go, but with a precious few you should hold on. Work hard to bridge the gaps in geography and lifestyle because the older you get, the more you need the people you knew when you were young.


Live in New York City once, but leave before it makes you hard; live in Northern California once, but leave before it makes you soft.


Travel.

Accept certain inalienable truths, prices will rise, politicians will philander, you too will get old and when you do you’ll fantasize that when you were young prices were reasonable, politicians were noble and children respected their elders.


Respect your elders.


Don’t expect anyone else to support you. Maybe you have a trust fund, maybe you'll have a wealthy spouse; but you never know when either one might run out.


Don’t mess too much with your hair, or by the time you're 40, it will look 85.


Be careful whose advice you buy, but, be patient with those who supply it. Advice is a form of nostalgia, dispensing it is a way of fishing the past from the disposal, wiping it off, painting over the ugly parts and recycling it for more than it’s worth.


But trust me on the sunscreen…


Brother and sister together we'll make it through, someday a spirit would take you and guide you there, I know you've been hurting but I've been waiting to be there for you, and I'll be there just helping you out, whenever I can."

domingo, 12 de outubro de 2008

Sessão Inaugural do Estágio Clínico - Ano Lectivo 2008/2009


Discurso proferido na Sessão Inaugural do Estágio Clínico da FML, no dia 10 de Outubro de 2008:



Exmo. Sr. Presidente do Conselho Científico da FML - Prof. Doutor H. Bicha-Castelo,
Exmo. Sr. Coordenador do Estágio Clínico do 6.º ano - Prof. Doutor Rui Victorino,
Exmo. Sr. Bastonário da Ordem dos Médicos - Dr. Pedro Nunes,
Exmo. Sr. Director Clínico do Centro Hospitalar Lisboa Norte – Prof. Doutor Correia da Cunha
Exmos. Sr. Coordenador da Área Cirúrgica do Estágio Clínico do 6.º Ano – Prof. Doutor Paulo Costa,
Exma. Sra. Chefe da Divisão Académica da FML – Dra. Ana Paula Pereira
Membros dos Orgãos da Gestão da FML e demais entidades representadas,
Docentes da FML,
Colegas do 6.º ano,


Muito bom dia a todos!

Não posso deixar de começar esta minha intervenção sem antes cumprimentar todos os colegas que agora chegam ao 6.º ano da FML – confesso já alguma nostalgia precoce dos tempos de faculdade.

Há exactamente um ano estava na vossa posição. Desde então nunca mais vi todos os meus colegas de curso juntos. É certo que não esperava outra coisa, nem tão pouco sei se faria sentido ou se houve contexto para isso acontecer; mas há uma série de memórias que me ocorrem e que me ligam ainda muito a esse lado – os colegas, as aulas, os exames, o estudo, as Noites da Medicina, as Olimpíadas de Medicina, a Benção das Fitas, toda a minha vida associativa na AEFML, na ANEM e na IFMSA; e todas as outras coisas que fazem parte da vida académica, fazendo parte da nossa também!

No fim de tudo isso quase que se faz um médico! Quase: porque como sabem há ainda, depois da licenciatura (para vocês mestrado integrado), alguns meses até ao início da vida profissional com uma prova pelo meio!

Pedem-me para reflectir convosco alguma da minha experiência no 6.º ano e há uma série de tópicos que gostaria de partilhar. Certo que algumas coisas ficarão por dizer, há algumas noções que julgo serem importantes:


1) A Diferença

O 6.º ano marca a diferença por vários aspectos:
a) A ausência de aulas teóricas e exclusividade de trabalho prático
b) O conhecimento in loco da prática efectiva da Medicina
c) A integração do aluno em equipas médicas de trabalho
d) A representação da pessoa doente e na pessoa doente

É todo um quadro que se conjuga na oportunidade de aplicar na prática muitos dos conhecimentos adquiridos, com a suposta supervisão dos respectivos tutores.

Nós próprios temos uma atitude diferente no cuidado com que avaliamos os doentes, discutimos as situações e, acima de tudo, na responsabilidade que sentimos pelos actos que praticamos.

A juntar a isto, tratam-nos de maneira diferente! Não é invulgar sermos abordados pelo pessoal não-médico e pelos doentes ouvindo a expressão “senhores doutores” que ainda não somos, contudo, aos olhos de quem nos chama, essa expressão acarreta muitas vezes a necessidade de respostas que muitas vezes não temos. Representamos de forma diferente daquela que fizemos até aqui, e julgo que nessa nova representação há uma maior proximidade com a realidade. Não tendo autonomia na decisão, somos responsáveis, mais que não seja, connosco próprios, e muitas vezes somos colocados em situações mais constrangedoras por via da ausência, ainda que de curta duração, da figura do tutor – temos de aprender a lidar com isso!


2) Os Estágios

Em rotatividade pré-estabelecida, ao longo do ano, vão frequentar vários estágios:
- Cirurgia Geral
- Ginecologia e Obstetrícia
- Medicina Interna
- Psiquiatria e Saúde Mental
- Medicina Geral e Familiar
- Pediatria

Grosso modo, a apreciação global da organização dos estágios é positiva. Acredito com convicção que esta pode ser a via de uniformização dos 6.º anos a nível das 7 escolas médicas que há muito se discute, e que muitos preconizam.

Mesmo assim, há ainda algumas arestas a limar, a principal das quais diz respeito ao maior volume de informação efectiva sobre os estágios por parte dos tutores no Hospital de Santa Maria, comparativamente com os restantes locais de estágio. Se podermos apontar esse ponto como uma falha, também podemos dizer que, na maioria dos casos, ela quase que fica colmatada por via da disponibilidade e boa-vontade dos tutores; por isso: aproveitem!

Na oportunidade de frequentar diferentes hospitais e centros de saúde, e de participar em enfermaria, consulta, bloco operatório, urgências (externas e internas); em caso de dúvida de vocação específica, que esta experiência vos sirva de primeira grande plataforma de entendimento.


3) A Avaliação

Ao longo do curso, não raras vezes ouvimos dizer que as notas de 6.º ano são sempre muito boas. Não nego que as médias dos estágios são elevadas, mas se tentar questionar o método de avaliação, tenho dificuldade em encontrar outro que melhor se adeque ao padrão em que o Estágio Clínico está construído.

Contudo, tão importante quanto a avaliação numérica é a avaliação pessoal do estágio nas nossas atitudes e valores e na nossa capacidade de raciocinar em Medicina.

Ao longo do estágio tentem ir aferindo os vossos conhecimentos e capacidades, numa relação próxima com o tutor – os tutores estão lá, estão disponíveis, mas se não-estimulados a ajudar-nos, muitas vezes o tempo passa e nós passamos também sem darmos muito bem conta como passámos por lá!


4) O Harrison e o Sahara

Nunca a expressão de Beauvoir fez tanto sentido: “Todas as vitórias ocultam uma abdicação”. Algumas, não muitas, algumas, muitas… são as abdicações que temos de fazer na busca de uma vitória incerta no exame… Até ao exame todas as outras vitórias parecem efémeras: fim do curso – felicidade – estudo, inscrição na Ordem – felicidade – estudo!

Daqui a pouco mais de um mês vou realizar essa prova. Depois de passada perguntem-me se o meu método resultou, quando é que se deve começar a estudar e todas essas coisas… podia dizer mil e uma, mas elas serviriam para uns e não para outros. Contudo, julgo que o segredo está na planificação e na tentativa de ir cumprindo objectivos de estudo a par e passo – mas não exagerem: desde o fim dos estágios até ao exame têm o Sahara para percorrer… e que grande é esse deserto!!!

No fim, e depois de muitas abdicações e de muito trabalho feito, esperamos ter um resultado positivo!


O meu reduzido período de licenciado, que ainda nem se traduziu por uma entrada no mercado de trabalho, não me permite ter aquelas expressões mais saudosas dos tempos de faculdade, mas há uma coisa que tenho a certeza: findos estes 6 anos há imediatamente uma série de sentimentos contraditórios que nos ocorrem – a felicidade por termos terminado e a nostalgia que vos falava ao início! Talvez essa nostalgia inicial se prenda muito com as nossas relações pessoais, mais do que com a instituição em termos de Ensino.

Em todo o caso, feita uma avaliação rápida pelas 7 escolas médicas, que bem conheço por via das funções associativas que tive, estou certo que a FML, apesar de poder oferecer ainda mais e melhor qualidade no seu Ensino, ocupa os lugares cimeiros dessa grelha – o Estágio Clínico Profissionalizante, de que a FML é pioneira, é uma dessas oportunidades ímpares de contacto com a realidade médica porque como dizia Bonaparte: “A capacidade pouco vale sem oportunidade”!

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Magalhães



Mais uma vez, a falta de esclarecimento em Portugal por parte das entidades decisoras e de propaganda marca a agenda actual.
Temos largamente ouvido falar da ideia, concepção, distribuição, venda… enfim… tudo aquilo que envolve o afamado Magalhães – o computador, supostamente de origem portuguesa, que tem o nome do navegador português Fernão de Magalhães, que ao serviço dos reis de Espanha cumpriu a primeira viagem de circum-navegação (1519-1522). Contudo, há um misticismo em torno deste pseudo-boom tecnológico em Portugal que é necessário desfazer!

*** Magalhães ***
O Mais Escandaloso Golpe de Propaganda do Ano


(Este slogan fazia parte de um mail que recebi e cuja veracidade fui investigar. O texto que se segue é um misto entre o conteúdo desse mesmo mail e a minha construção.)

Os noticiários têm falado com pompa e circunstância, anunciando o lançamento do “primeiro computador portátil português” - o Magalhães.
A RTP classificou-o como “um projecto português produzido em Portugal”. A SIC refere que é “um produto desenvolvido por empresas nacionais e pela Intel” e que a “concepção é portuguesa e foi desenvolvida no âmbito do Plano Tecnológico”.
Na realidade, o projecto não teve origem em Portugal: já existe desde 2006 e é da responsabilidade da Intel - chama-se Classmate PC e é um laptop de baixo custo destinado ao terceiro mundo, sendo já vendido há algum tempo através da Amazon.
Em todo o caso, quem ouvir as notícias em Portugal, pensa que este é um projecto completamente novo e com origem no nosso país. Há lá maneira melhor de puxar ao orgulho nacionalista sobre a égide Sócrates.
Mesmo assim, o Portugal Diário avança: “Tirando o nome, o logótipo e a capa exterior, tudo o resto é idêntico ao produto que a Intel tem estado a vender em várias partes do mundo desde 2006. Aliás, esta é já a segunda versão do produto.” Há nesta afirmação mais do que a simples reprodução do comunicado de imprensa do Governo.
Será que a ideia é destruir os esforços de Nicholas Negroponte para o OLPC – One Laptop per Child (Um Computador Portátil por Criança). A ideia original do criador do MIT Media Lab era a criação de um portátil de 100 dólares. A Intel foi um dos parceiros até ver o seu concorrente AND ser escolhida como fornecedor, tendo saído do consórcio criando o Classmate PC, que está a tentar impor aos países em desenvolvimento.
Sócrates acaba de aliar-se, sem concurso, à Intel, para destruir o projecto de Nicholas Negroponte. A JP Sá Couto, que ja fazia os Tsunami, tem assim, sem concurso, todo o mercado nacional do Primeiro Ciclo do Ensino Básico.
Um só conceito: Propaganda Terceiro Mundista!

Consultem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Nicholas_Negroponte#O_PC_de_USD_100.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Next Life!


"In my next life I want to live my life backwards. You start out dead and get that out of the way. Then you wake up in an old people's home feeling better every day. You get kicked out for being too healthy, go collect your pension, and then when you start work, you get a gold watch and a party on your first day. You work for 40 years until you're young enough to enjoy your retirement. You party, drink alcohol, and are generally promiscuous, then you are ready for high school. You then go to primary school, you become a kid, you play. You have no responsibilities, you become a baby until you are born. And then you spend your last 9 months floating in luxurious spa like conditions with central heating and room service on tap, larger quarters every day and then Voila! You finish off as an orgasm! I rest my case."


("A minha próxima vida quero vivê-la de trás para a frente. Começar morto para despachar logo esse assunto. Depois acordar num lar de idosos e sentir-me melhor a cada dia que passa. Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a pensão e começar a trabalhar, receber logo um relógio de ouro no primeiro dia. Trabalhar 40 anos até ser novo o suficiente para gozar a reforma. Divertir-me, embebedar-me e ser de uma forma geral promíscuo, e depois estar pronto para o liceu. Em seguida a primária, fica-se criança e brinca-se. Não temos responsabilidades e ficamos um bébé até nascermos. Por fim, passamos 9 meses a flutuar num spa de luxo com aquecimento central, serviço deq uartos à descrição e um quarto maior de dia para dia e depois: Voilá! Acaba como um orgasmo! I rest my case.")


Woody Allen



Qualquer um de nós podia ter escrito isto... Qualquer um de nós gostaria de juntar a sabedoria e os rendimentos do fim da vida com a jovialidade do início da vida! Mas se assim pudesse ser, que interesse e que entusiasmo teria a vida? Metade dos obstáculos já estariam ultrapassados...