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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

De branco

A cor branca é sinónimo de uma qualquer pureza que não existe.
Paredes brancas, estofos brancos, batas brancas, fardas brancas... Mas será que a cor podre é branca? Ou branco é só o lacado que esconde o que de pior tem o ser humano?
Imaculada existência errada!

Pequeno-almoço

Pequeno-almoço: baguete com queijo e meia de leite!
Ritual saudavelmente bizarro...
Apetece-me comer gambas!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Dinheiro - Portugal € vs. $ EUA

Decidi adaptar um texto que recebi por mail… mais um!
Nesta altura da “bela vida portuguesa”, estas reflexões fazem algum sentido, por muito que possam ter uma ou outra imprecisão, elas acarretam o conceito de desânimo generalizado. A forma pode não ser a melhor, mas o conteúdo sério!


Não há nenhum português que não se auto-intitule de “coitadinho” e que não se encare como fazem parte da cauda da Europa – geograficamente e monetariamente!
Atravessemos o Atlântico em linha recta – de Lisboa a Nova Iorque – e façamos algumas comparações:
- em Portugal paga-se por um litro de gasolina mais do triplo do que nos EUA.
- em Portugal pagam-se tarifas de electricidade e de telemóvel 80% mais caras do que nos EUA
- em Portugal pagam-se comissões bancárias por serviços e cartas de crédito ao triplo do que nos EUA
- em Portugal pagam-se €20000,00 por um carro que nos EUA custa $12000 (€8320,00) – pagamos mais €11640,00 de impostos.
- no estado de Nova Iorque, o governo estudal cobra apenas 2% de IVA, tendo em conta que o governo federal cobra mais 4%, o IVA total são é 6%; em Portugal, ainda pagamos 21% (mas vai aumentar…), sem esquecer os impostos municipais.
- o vencimento do Governador do Banco de Portugal é quase 3 vezes superior ao do Governador do Banco Federal dos EUA
- em Portugal gastam-se verdadeiras fortunas no início do ano lectivo, mesmo que um filho frequente a escola pública, enquanto nos EUA a escola pública empresta os livros e material às crianças, com o critério que lhe é devido
- em Portugal temos "impostos de luxo" para a gasolina, gás, álcool, cigarros, cerveja, vinhos, etc, que fazem com que esses produtos cheguem, em alguns casos, a custar mais 300% do valor original; em Portugal há ainda impostos sobre a renda, os salários, os automóveis novos, os bens pessoais, os bens das empresas, a circulação automóvel… Cobram-se impostos em Portugal sobre ganhos por adiantado e bens pessoais mediante retenções, como se considerássemos que os negócios da nação e de todos os seus habitantes terão sempre ganhos apesar dos assaltos, do saque fiscal, da corrupção de alguns governantes e autarcas e dos preços exorbitantes de grande parte dos bens de primeira necessidade, como os carros utilitários, uma casa para morar, a água e a electricidade.
- quando um banco privado declarou recentemente a falência, o Estado arcou com as consequências – o Estado somos todos nós!
- em Portugal pagam-se salários com uma discrepância irreal: de €420,00 a €24000,00 por mês - em Portugal sustentam-se reformas miseráveis de €120,00 a aposentados que mal se conseguem mexer de tão gastos pelo trabalho de uma vida, mas existem reformas milionárias de antigos detentores de altos cargos do Estado (alguns somam inclusivamente várias reformas) por trabalho de um ano ou pequenas comissões de serviço, em idades activas e que continuam a trabalhar somando verdadeiras fortunas mensais
- nos EUA não se pagam impostos sobre o rendimento se se auferir menos de $3000,00 por mês (€2080,00)

A conclusão fácil é que em Portugal não há pobreza , há antes dinheiro mal gerido e muito mal gasto!
Dá que pensar…

Aumento do IVA



"O leite com chocolate passa de 6% para 23% de IVA. O vinho mantém-se a 13%. Os miúdos vão passar a levar um pacotinho de Porta da Ravessa para a escola..."

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O meu outro blog - Nós e Saúde

Para além deste "espaço de espaços" escrevo também num outro blog - Nós e a Saúde (em http://www.noseasaude.blogspot.com/).
Foi um blog desactivado durante muito tempo, mas onde progressivamente recomeço a escrever várias coisas relacionadas com a Saúde em geral e a Medicina em particular.
Deixo-vos o desafio de começarem a frequentá-lo.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Frustração!

Gostava de ter nascido filho de um rei qualquer! Mas um rei bom! Ser varão para poder ser o mais importante e, mais tarde, rei!
O meu pai devia ter sido um rei pós-moderno, um tipo barrigudo, com bigode, bem-disposto e adorado pelo povo. A fotografia podia ser a do rei D. Carlos, mas a relação com o povo deveria ser apoteótica. Um reino rico, pessoas trabalhadoras, uma nação próspera e eu com a vida facilitada.
Devia ter nascido filho de um rei! Podia ser ignorante, burro, mal-formado,... no fundo, tudo me estava garantido. Mesmo que fosse considerado inapto, o meu irmão assumiria o trono e eu tinha tudo ao meu dispor na mesma! Príncipe consorte, estúpido, mas cheio de sorte!
Devia ter nascido filho de um rei para poder dizer “basta” e a expressão bastar-se a si mesma, e para poder dizer “não quero” implicando que ninguém mais quisesse!
Às vezes apetecia-me mesmo ser filho de um rei, mas depois caio na vida real e apercebo-me que talvez não tivesse piada nenhuma! Não ter que me preocupar com o meu futuro fazendo um real investimento em mim, não tinha graça nenhuma – o problema é que custa muito! Obviamente que os filhos dos reis podem investir em si, mas a garantia já existe e a “luta” está ganha! E apostar, “lutar” e investir custa muito... custa muito abdicar da vida moderna.
A sociedade de hoje não está feita para as pessoas se concentrarem. A vida é tida numa real superficialidade que assusta! Na classe média portuguesa (o grosso da nossa sociedade, se as coisas não piorarem) ninguém vive sem uma rede social online e todos os dias, várias vezes por dia, a frequenta; ninguém vive sem consultar a caixa de mail várias vezes por dia; ninguém vive sem 100 ou mais canais de televisão em casa; ninguém vive sem sei lá o quê – fala-se de gadgets que aspiram, cozinham, lavam, dão segurança, e até fazem chamadas telefónicas!
E no fundo ninguém aprofunda nada, nem as relações interpessoais... As consultas médicas são feitas com o médico a olhar para o computador, já não vamos à repartição de finanças porque fazemos tudo online, encomendamos o jantar por telefone, e pedimos à senhora para, à noite, nos vir buscar a roupa para passar a ferro. Amavelmente, no dia seguinte, a roupa é devolvida à noite.
Vivemos numa sociedade todos os dias diferente, todos os dias renovada e todos os dias confusa. E eu devia ter nascido filho de um rei! Talvez não frustrasse tanto! Quero absorver tudo à minha volta e disperso-me na real dimensão das coisas. Sou solicito e solicitável, tento ser diligente, nunca aprendi a dizer “não” e adoro trabalhar! Estúpido, quem é que gosta de trabalhar? E depois frustro! Frustro e não dou de mim o que devia ao que devia dar de mim! Confuso? Também eu!
Toda esta confusão se alicia a saudades: saudades de ver a neve, de ser puto e vestir um casaco amarelo, de ver o meu avô sem cabelos brancos, saudades de ir andar de bicicleta para a rua (primeiro obrigado, depois com gosto), saudades da minha casa antiga, saudades de quem já não está, saudades do Natal, saudades de tanta coisa, saudades de não ter computador em casa! Sim, no início da minha adolescência eu não tinha computador em casa. No 2.º ciclo ainda fiz trabalhos para entregar à mão em que colava imagens recortadas. E também comi muito doce “Casa de Mateus”, vi a “Rua Sésamo”, quis ser o “Capitão Planeta”, gravei o “Kissifur” em VHS, fui fã dos “Motorratos de Marte” e das “Tartarugas Ninja”, vi a primeira edição da “Carrinha Mágica”, vi muita televisão só com o “Canal 1” e o “Canal 2” da RTP, levei um dia inteiro a chegar a Vilar Formoso (saía de Almada às 6h da manhã, passava pelo mítico Infantado e chegava ao portão castanho de Vilar Formoso ao fim do dia, para jantar), eu até estive no último comício do Cavaco Silva quando se candidatou a primeiro-ministro a última vez – e a Alameda D. Afonse Henriques cheia... e eu cá atrás, puto, em cima de um atrelado de uma mota!
Tudo isto porque durante a adolescência da minha geração houve muitas mudanças sociais e um grande boom tecnológico. Talvez haja em todas as gerações, mas eu sinto a minha mudança e o meu boom, não quero saber dos outros! E fico frustrado!
De tanta frustração, agora, não me apetece escrever mais!!!

domingo, 3 de outubro de 2010

Imaginem

"Imaginem que todos os gestores públicos das 77 empresas do Estado decidiam voluntariamente baixar os seus vencimentos e prémios em dez por cento. Imaginem que decidiam fazer isso independentemente dos resultados. Se os resultados fossem bons as reduções contribuíam para a produtividade. Se fossem maus ajudavam em muito na recuperação.
Imaginem que os gestores públicos optavam por carros dez por cento mais baratos e que reduziam as suas dotações de combustível em dez por cento. Imaginem que as suas despesas de representação diminuíam dez por cento também. Que retiravam dez por cento ao que debitam regularmente nos cartões de crédito das empresas. Imaginem ainda que os carros pagos pelo Estado para funções do Estado tinham ESTADO escrito na porta. Imaginem que só eram usados em funções do Estado.
Imaginem que dispensavam dez por cento dos assessores e consultores e passavam a utilizar a prata da casa para o serviço público. Imaginem que gastavam dez por cento menos em pacotes de rescisão para quem trabalha e não se quer reformar.
Imaginem que os gestores públicos do passado, que são os pensionistas milionários do presente, se inspiravam nisto e aceitavam uma redução de dez por cento nas suas pensões. Em todas as suas pensões. Eles acumulam várias. Não era nada de muito dramático. Ainda ficavam, todos, muito acima dos mil contos por mês. Imaginem que o faziam, por ética ou por vergonha. Imaginem que o faziam por consciência. Imaginem o efeito que isto teria no défice das contas públicas.
Imaginem os postos de trabalho que se mantinham e os que se criavam.
Imaginem os lugares a aumentar nas faculdades, nas escolas, nas creches e nos lares. Imaginem este dinheiro a ser usado em tribunais para reduzir dez por cento o tempo de espera por uma sentença. Ou no posto de saúde para esperarmos menos dez por cento do tempo por uma consulta ou por uma operação às cataratas. Imaginem remédios dez por cento mais baratos. Imaginem dentistas incluídos no serviço nacional de saúde. Imaginem a segurança que os municípios podiam comprar com esses dinheiros. Imaginem uma Polícia dez por cento mais bem paga, dez por cento mais bem equipada e mais motivada. Imaginem as pensões que se podiam actualizar. Imaginem todo esse dinheiro bem gerido. Imaginem IRC, IRS e IVA a descerem dez por cento também e a economia a soltar-se à velocidade de mais dez por cento em fábricas, lojas, ateliers, teatros, cinemas, estúdios, cafés, restaurantes e jardins.
Imaginem que o inédito acto de gestão de Fernando Pinto , da TAP, de baixar dez por cento as remunerações do seu Conselho de Administração nesta altura de crise na TAP, no país e no Mundo é seguido pelas outras setenta e sete empresas públicas em Portugal. Imaginem que a histórica decisão de Fernando Pinto de reduzir em dez por cento os prémios de gestão, independentemente dos resultados serem bons ou maus, é seguida pelas outras empresas públicas.
Imaginem que é seguida por aquelas que distribuem prémios quando dão prejuízo.
Imaginem que país podíamos ser se o fizéssemos.
Imaginem que país seremos se não o fizermos."

Mário Crespo

Mais do que política de esquerda ou direita, trata-se de pensar em nós enquanto colectivo... Como garantir que tudo não descamba?

Chuva ao Domingo

A chuva trás uma disposição diferente às coisas. No escorregadio caminho que cria, deixa-nos a certeza de um passo menos firme e menos certo. Se a isto juntarmos o facto de hoje ser Domingo, para mim o dia mais depressivo da semana, o estado de espírito entre em modo negativo, e...
Bem, vou agarrar-me às minhas obrigações e esquecer a chuva e o Domingo... Força!

sábado, 2 de outubro de 2010

Um dia eu vou aprender tudo isto!

"Você aprende!
Depois de algum tempo você aprende a diferença, a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas.
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destrui-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.
Aprende que, ou você controla seus actos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências.
Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute, quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiências que se teve, e o que você aprendeu com elas,
do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes, e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não lhe dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o amo com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar
ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás, portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores...
E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar."

William Shakespeare