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terça-feira, 15 de julho de 2008

Destino?


Não digam que o destino não existe… É uma valente mentira…
Se eu quero fazer determinada coisa e tenho todas as capacidades para tal, o que é que me impede de concretizar? Raios partam a quantidade de pressões e subpressões, e ondas curtas e ondas médias, e o diabo a quatro, que até a não sei quantas centenas de quilómetros de casa me atormentam! Porque é que há tanta coisa à minha volta que inibe a minha capacidade científica e desmaia a minha motivação para a acção?
Alguém me tire esta dor de cabeça…

sábado, 12 de julho de 2008

A colcha das flores cor-de-rosa

Na casa de todas as avós há, em regra, uma colcha com flores cor-de-rosa.
A colcha das flores cor-de-rosa é muito fresca, com tons de verde fugido pelo meio, um fundo branco e uns folhos a cair pelos lados.
A colcha das flores cor-de-rosa faz parte de uma síndrome mais complexa dos quartos de antigamente. Além da colcha das flores cor-de-rosa há a mesa com a camilha colocada num canto do quarto onde as fotografias a preto e branco dos filhos e a cores dos netos, em molduras mais ou menos rebuscadas, sobressaem do seu tampo; por cima da janela está uma sanefa, forrada com o mesmo tecido da colcha – flores cor-de-rosa – e dela caem os cortinados brancos lisos e os pendentes com o mesmo tecido da colcha – flores cor-de-rosa. As mesas de cabeceira têm cada uma a fotografia de um dos avós: no lado onde a avó se deita está a fotografia do avô e no lado onde o avô se deita está a fotografia da avó; ambas a preto e branco, quais actores de cinema dos anos 50.
A completar todo este manancial, a minha imaginação só consegue fazê-lo lembrando uma bonita mobília em pau-preto, cheia de torniquetes e pormenores.
Apesar de tudo, aquilo que mais marca nesta tela são as flores cor-de-rosa – qual jardim do Éden em plena Primavera!

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Política (há muito tempo atrás...)

"Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão."
Eça de Queirós
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Não acham que está actual?

Loucura


Quem me dera ter só mais um fio de cabelo. Assim bastava arrancá-lo e a dor era só uma, aguda, única, impossível de repetir porque acabavam as hipóteses de arrancar mais um cabelo que fosse.
Assim, tudo é diferente, e farto-me de arrancar cabelos a cada momento malfadado, a cada ocasião menos convergente! Talvez eu próprio tenha uma visão obtusa da realidade e considere que a minha existência deveria ser mais perfeita do que aquilo que é.
O mundo como o vejo é consideravelmente diferente ao mundo visto por qualquer outra pessoa; mas a minha irritação com as pessoas do mundo vai fazer de mim careca, enquanto outros continuarão com um cabelo bem farto!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Vazio!


Pensamento vazio, coração vazio, copo vazio, maço vazio… tudo vazio…
Uma cor que não se vê e um cheiro que não se sente…
Na minha cabeça há um tormento que me enlouquece ao barulho de uns passos quaisquer no fundo do corredor… E está tudo tão vazio, como se não houvesse portas, nem janelas, nem paredes, nem emoções, nem sensações… Um nada que se descreve quase como a morte que nunca ninguém viu!
E os meus entes que já foram, e os que ficam, eu sei lá…
Na loucura de um pensamento vazio não pode haver loucura nenhuma; mas é por estar vazio que estou louco.
Quero prestar-me a qualquer coisa que me traga lucidez; e não sei o quê!
Alguém que volte para ao pé de mim, que me tire desta loucura e que me encha o pensamento, o coração, o copo e o maço!

segunda-feira, 7 de julho de 2008

O Sono




Matei-o com café!
Pensei eu que sim… Mas afinal, umas horas depois, ele estava de volta…
Voltei a usar a arma e parece que já não resulta…
Hoje vou-me deixar vencer mais cedo e fazer o que ele quer… Vou deitar-me e fechar os olhos em sono profundo…

domingo, 6 de julho de 2008

Regresso às Origens?

Ao longo dos últimos meses tenho dedicado a minha vida ao estudo! De resto, julgo que é o que vou fazer o resto dos meus dias se quiser ser um bom profissional! Em todo o caso, este é um estudo diferente: em Novembro acontece a Prova Nacional de Seriação, em que os candidatos são seriados com base na nota para a escolha da especialidade. Ou seja, aquilo que irei estudar para o resto dos meus dias será decidido pela nota desse exame, nota essa que depende daquilo que eu estudar agora! Confuso? Nem por isso! Resume-se numa expressão: estou sob um stress do caraças!
Mais a mais, nunca na minha vida cingi as minhas acções por objectivos parcos e sem grande relevo; sempre pautei o meu rumo por etapas de grande tirada – e desta vez não queria que fosse uma excepção! Quero com isto dizer que, por gozo pessoal e objectivo de especialidade pré-determinado, gostava de ter uma nota que me deixasse satisfeito! O estudo que fizer e a sorte que me apanhar toldarão essa nota!
Novo factor: a sorte! Sem dúvida que nada se faz sem sorte, sem uma mão que aparece sabe-se lá de onde e que nos (des)ajuda em determinada tarefa – no exame não será diferente!
Agora que a licenciatura está terminada e que os meus dias não têm grandes obrigações resta-me dedicar a esta causa, sem contudo deixar que a minha vida seja dominada por ela para bem da minha sanidade mental. Mas precisava de fugir e viver uns dias só com o livro… Lógico que não podia ficar sem Internet, nem que seja para continuar a escrever neste meu blog e fazer destes minutos o meu acontecimento social do dia!
Vim para longe, para a terra das origens de parte da minha família… Vim passar por sítios onde há 50 anos os meus avós se conheceram… Estou na terra onde a minha mãe nasceu… Que relação terá isso com a paz de espírito que este local me transmite?
Sinto-me bem aqui! O tempo, apesar de beirão, parece alentejano e corre devagar! Os dias estão cheios de qualquer coisa diferente que não há em Lisboa; e neste lugar sinto-me bem! Rio sem pudor quando uma senhora mais velha, mesmo que tenho andado comigo ao colo, me trata por doutor… É verdade que acabei o curso, mas não me sinto doutor; mas aqui na terra a mentalidade é diferente da das grandes cidades, e “se o neto do Sr. Correia acabou Medicina então é doutor e pronto!” – nada os fará mudar de opinião! Mas vim estudar para ser realmente doutor… E é isso que tenho feito todos os dias!

sábado, 5 de julho de 2008

Por aí...


Estou por aí… Queria estar mais presente mas não consigo… Só consigo estar mesmo por aí…
Um calhamaço atrás de mim… Português, Inglês e Medicina!
Em Novembro tenho o exame da Ordem e até lá estou por aí, mas não desapareci!
Não desapareçam vocês também!

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Orgulho…


Fenómeno curioso… Terminei o curso e estou feliz!
Quis curtir em grande cada momento e cada sabor pequenino da sensação espectacular de terminar a minha licenciatura… Terminei Medicina! De repente, em cada telefonema, viro o orgulho da família, o mais-que-tudo da namorada, mereço um abraço forte dos amigos, algumas ofertas, um jantar… Por cada segundo desse dia vivo 6 anos de formação…
E no dia seguinte? No dia seguinte o dia é igual a todos os outros: a Prova Nacional de Seriação espera por mim em Novembro e eu continuo a estudar como todos os dias…